segunda-feira, 5 de julho de 2010

Discurso de um aflito


Um passo, pouco mais que nada...
Minha febre havia encontrado a cura, porém minha alma ainda estava repleta de tensões num pesadume que me fazia lembrar um passado adormecido no peito.
Mas eis que, da noite para o dia a tempestade transformara-me em um ser digno da piedade alheia outra vez... Que fizera eu de minhas vontades amputadas pela sede? Ainda estavam lá e eu pensei estar liberto delas... Um passo, pouco mais que nada e minha fronte tornava a sangrar de um desespero derradeiro diante da falha da inquietação num desses desesperos lascivos que tornavam minhas carnes em tremor ritmado anunciando minha queda. O que sobrava de mim?
Mais uma vez encarava a realidade estéril das minhas horas com o impacto de um cego no poste, cria num dia incomum contudo a própria dinâmica do tempo me apontava para o beco deserto a que me fora destinado os passos. Um passo, pouco mais que nada.
Minha tentativa era a de sobreviver à nado na tormenta que se alastrara diante de minhas necessidades mais poerís, estava fraco e faminto das próprias crenças, sem mão nem pedra, julgado diante de olhos virginais à disputa da irremediável sensação de esquecimento por um sopro de vida que nunca se cala.
Um passo, um único passo, Pouco mais...
Que nada!