domingo, 4 de setembro de 2011

Sem tirar nem por





- Desculpa... não devia ter ligado...
- Imagina! Calma... não desliga... é que cê me pegou de surpresa...
- Cê tá ocupado? Tá com alguém aí?
- Não, não. Não tô com ninguém.. pode falar...
- é que você me mandou seu número pela internet e disse pra ligar, caso precisasse.
- Claro! E o que houve?
- É que ele teve aqui noite passada...
- e?
- E ele tentou voltar. Me falou aquele milhão de asneiras... disse que ia mudar... prometeu mundos e fundos...
- e você?
- eu o que?
- o que cê sentiu diante disso?
- já te disse que não existe possibilidade nenhuma!
- ufa!
- o que você disse?
- nada... Deve ser a tv...
- hummm...
- Sabe... faz tempo que não conheço ninguém assim...
- Assim como?
- Decidida, cabeça feita... peito aberto!
- Sério? Você me vê assim?
- vejo!
- Que bom! Não me sinto assim...
- Mas és! Pensei em você esses dias... digo... no que conversamos noite passada... tudo se encaixa tanto na minha vida!
- Sério? Que bom! Aqui... eu preciso desligar... já foi ótimo termos essa meia dúzia de prosa..
- Sério? Você já tem que desligar?
- Ele tá na porta, quero ver o que ele quer! Não aguento mais!
- É... tudo bem! Te cuida! Qualquer coisa tô aqui... toma cuidado com esse mau caráter... conta comigo!
- Obrigada! Contarei! Até breve...
- Até!
Desligou e o mundo dele agora era diferente do de antes da ligação. O dela era o mesmo, sem tirar nem por!

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